10 métodos de diagnóstico por imagem e como eles funcionam

|30 de agosto de 2024|Categoria: Radiologia|8 min de leitura|
médica analisando metodos de diagnóstico por imagem

Os métodos de diagnóstico por imagem desempenham um papel fundamental no campo da medicina, fornecendo informações precisas, de forma pouco ou não-invasiva, auxiliando no diagnóstico e acompanhamento de uma ampla gama de condições médicas. Essas técnicas permitem aos médicos visualizar estruturas internas do corpo humano, identificando alterações, e assim guiando a tomada de decisões clínicas.

Neste artigo, exploraremos aspectos sobre os 10 principais métodos de diagnóstico por imagem.

 

1. Radiografia convencional

exame de radiografia

A radiografia convencional, também conhecida como raio-x, é um dos métodos mais antigos e amplamente utilizados no diagnóstico por imagem.

Esse procedimento não invasivo permite a obtenção de imagens bidimensionais do interior do corpo humano. Durante o exame, uma pequena quantidade de radiação é direcionada através do corpo, sendo absorvida de forma diferente pelos tecidos, órgãos e ossos, resultando em uma imagem impressa ou digital.

As radiografias convencionais são mais frequentemente empregadas para analisar o sistema músculoesquelético (em suspeitas de fraturas ósseas, por exemplo), respiratório (ex.: pneumonias) e digestivo (ex.: pequisa de refluxo gastroesofágico). Porém, não se limitam a isso, podendo ser utilizada em outros contextos.

É um método simples, rápido, barato e acessível, tornando-se uma ferramenta de diagnóstico popular atualmente.

 

2. Mamografia

A mamografia é um exame de imagem específico para a avaliação dos seios e é amplamente utilizado como uma ferramenta de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama.

Esse método utiliza raios-x de baixa dose para obter imagens das mamas, permitindo a detecção de alterações e anormalidades, como tumores ou calcificações suspeitas.

Durante o exame, as mamas são comprimidas entre duas placas para obter as imagens de maneira mais clara e de forma a reduzir a quantidade de radiação necessária.

A mamografia é especialmente importante para mulheres acima de 40 anos e para aquelas com histórico familiar de câncer de mama. Além disso, quando indicado, pode ser complementada por outros métodos de diagnóstico por imagem, como a ultrassonografia mamária e a ressonância magnética das mamas, para uma avaliação mais abrangente e precisa.

 

3. Densitometria Óssea

A densitometria óssea é um exame realizado para quantificar a densidade mineral dos ossos, utilizando uma pequena quantidade de radiação ionizante para gerar as imagens, assim como outros métodos de diagnóstico por imagem. São utilizados dois feixes de raios X simultâneos com diferentes energias, que interagem de forma diferente com os tecidos ósseos e com os tecidos de partes moles (não ósseos) do paciente. A densidade mineral óssea é calculada a partir da análise das diferentes absorções de cada feixe pelos ossos e pelos tecidos de partes moles.

É usualmente indicado para o diagnóstico e o acompanhamento de osteoporose e tem o objetivo de identificar pacientes com risco de fraturas que possam se beneficiar do tratamento com medicação.

 

4. Angiografia

A angiografia é um método de diagnóstico por imagem utilizado para visualizar os vasos sanguíneos e avaliar o fluxo sanguíneo em diferentes partes do corpo.

Esse procedimento envolve a injeção de um meio de contraste radiopaco nas artérias ou veias, tornando esses vasos visíveis em imagens de raio-x.

A angiografia é frequentemente usada para identificar oclusões, estreitamentos ou anormalidades nos vasos sanguíneos, como aterosclerose ou malformações vasculares.

Além disso, a angiografia também pode ser utilizada como uma ferramenta para realizar intervenções minimamente invasivas, como angioplastia para desobstrução de artérias, embolização para controlar sangramentos ou colocação de stents para manter a abertura de um vaso.

A angiografia desempenha um papel importante no diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e vasculares periféricas, permitindo intervenções eficazes e minimamente invasivas para melhorar a saúde dos pacientes.

5. Tomografia computadorizada (TC)

exame de tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada, também conhecida como TC, é um método de diagnóstico por imagem que combina raios-x e tecnologia de computação para obter múltiplos cortes do corpo.

Um feixe de raios-x gira em torno do paciente, capturando múltiplas imagens de diferentes ângulos e em seguida, um computador reúne essas imagens em uma reconstrução tridimensional, fornecendo uma visão mais detalhada das estruturas anatômicas.

A TC é amplamente utilizada, sendo especialmente útil para o estudo de diversos tumores, doenças pulmonares, doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Sua capacidade de fornecer imagens em camadas e alta resolução torna a TC uma ferramenta de diagnóstico indispensável em muitas especialidades médicas.

 

6. Ressonância magnética (RM)

exame de rmi

A ressonância magnética (RM) é um método avançado de diagnóstico por imagem que utiliza um campo magnético poderoso e ondas de rádio para obter imagens em alta resolução.

Ao contrário dos outros métodos de diagnóstico por imagem já mencionados, a RM não envolve o uso de radiação ionizante, o que a torna uma opção segura para pacientes de todas as idades.

Durante o exame de RM, o paciente é colocado dentro de um “tubo” que contém um poderoso ímã. O equipamento emite pulsos de rádio, fazendo com que os átomos de hidrogênio presentes no corpo emitam sinais detectáveis pelo aparelho. Esses sinais são convertidos em imagens tridimensionais com alta riqueza de detalhes, permitindo que os médicos visualizem com clareza as estruturas.

A RM é especialmente útil no diagnóstico de condições neurológicas, ortopédicas e abdominais, englobando uma ampla variedade de patologias.

 

7. Imagem por ressonância magnética funcional (fMRI)

A imagem por ressonância magnética funcional (fMRI) é uma técnica avançada de diagnóstico por imagem que permite ver o cérebro em ação.

Pela detecção das alterações do fluxo sanguíneo cerebral, a fMRI proporciona informações sobre as áreas do cérebro que estão ativas durante diferentes tarefas ou estímulos. Essa técnica é especialmente útil no estudo do funcionamento cerebral, ajudando a entender melhor as bases neurais de várias funções cognitivas e comportamentais.

A fMRI é mais utilizada na pesquisa neurológica, com rara aplicação clínica na investigação de distúrbios cerebrais, como epilepsia, acidente vascular cerebral (AVC), esquizofrenia e transtornos cognitivos.

Além disso, a fMRI também pode ser aplicada na cirurgia, ajudando os cirurgiões a mapear as áreas funcionais do cérebro e evitar danos em áreas críticas durante procedimentos neurocirúrgicos.

 

8. Ultrassonografia

exame de ultrassonografia

A ultrassonografia, também conhecida como ecografia e popularmente como ultrassom, é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas sonoras de alta frequência para produzir imagens em tempo real. É um procedimento seguro, não invasivo e amplamente utilizado em várias especialidades médicas, como obstetrícia, cardiologia, gastroenterologia e radiologia. Assim como a RM, também não envolve radiação, sendo uma modalidade de exame bastante segura para todos pacientes.

Durante o exame de ultrassom, um gel é aplicado na pele do paciente e um transdutor manual é deslizado sobre a área de interesse. O transdutor emite ondas sonoras que penetram nos tecidos e órgãos, retornando em forma de eco e sendo capturados pelo transdutor novamente. Esses sinais são convertidos em imagens visuais em tempo real, permitindo observar as estruturas internas e avaliar o fluxo sanguíneo.

A ultrassonografia é particularmente útil na monitorização do desenvolvimento fetal e no diagnóstico de doenças do coração (ecocardiograma). Todavia também é amplamente utilizado na avaliação da tireoide, bem como dos sistemas digestivo, reprodutor, urinário e vascular.

 

9. Cintilografia / Medicina nuclear

A medicina nuclear é uma especialidade da medicina que utiliza materiais radioativos para diagnosticar e tratar doenças. Nesse método de diagnóstico por imagem, é administrado ao paciente uma pequena quantidade de material radioativo, conhecido como radiofármaco, por via oral ou intravenosa. O radiofármaco emite radiação gama, detectadas pelo equipamento, que por sua vez converte as informações em imagens.

Cada estrutura e patologia a ser estudada possui um radiofármaco específico. Essa modalidade tem seu papel no diagnóstico de tumores e metástases, por exemplo, bem como no estudo do suprimento sanguíneo do coração.

A medicina nuclear também é utilizada para terapia. Doses um pouco mais altas, seguras, de radiofármacos podem ser administradas para tratar algumas doenças localmente.

 

10. Tomografia por emissão de pósitrons (PET)

A tomografia por emissão de pósitrons (PET) é um método avançado de diagnóstico por imagem, dentro da medicina nuclear, que permite visualizar o metabolismo e a função dos tecidos no corpo humano.

Nesse procedimento, um radiofármaco especial, geralmente contendo glicose marcada com um isótopo radioativo, é injetado no paciente. As células do corpo absorvem a glicose, incluindo as células cancerígenas, que têm uma taxa metabólica mais alta.

O isótopo radioativo emite pósitrons, que colidem com elétrons no corpo, resultando na produção de fótons gama. Esses fótons são detectados por um equipamento de PET, que cria imagens tridimensionais do metabolismo e da atividade celular.

A PET é particularmente útil no diagnóstico e monitoramento do câncer, doenças neurológicas, cardíacas e outros distúrbios do metabolismo. Além disso, é possível combinar a PET com tomografia computadorizada (PET/CT) ou ressonância magnética (PET/RM), obtendo as informações metabólicas e anatômicas do área em análise num mesmo estudo.

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