A radiação é utilizada na medicina para realizar diagnósticos e tratamento de uma variedade de doenças.

Por meio de tecnologias avançadas, como raios-X, tomografia computadorizada e radioterapia, os profissionais médicos são capazes de obter informações sobre a saúde do paciente e oferecer tratamentos eficazes para uma variedade de condições médicas.

Neste artigo, exploraremos os diferentes aspectos da radiação na medicina, seus benefícios, riscos e as precauções tomadas para garantir a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde.

 

Uso da radiação na medicina

Desde a descoberta dos raios-X por Wilhelm Conrad Roentgen em 1895, a radiação tem desempenhado um papel fundamental na medicina.

Essa descoberta revolucionária abriu caminho para uma nova era de diagnóstico médico não invasivo, permitindo aos médicos visualizar estruturas internas do corpo humano sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

A radiografia, tornou-se uma ferramenta indispensável para detectar fraturas, doenças pulmonares e outras condições médicas.

A descoberta de Roentgen também levou ao desenvolvimento de outros métodos de diagnóstico baseados em radiação, como a tomografia computadorizada (TC), a fluoroscopia e a mamografia.

Ao longo dos anos, os avanços na tecnologia permitiram uma melhoria significativa na qualidade e na precisão dos diagnósticos. Os exames de imagem são mais rápidos, detalhados e acessíveis.

A capacidade de visualizar órgãos, tecidos e estruturas do corpo em alta resolução tem sido fundamental para o diagnóstico precoce de doenças, permitindo o início do tratamento adequado em estágios mais favoráveis.

 

Benefícios do uso para diagnóstico

utilização de radiação na medicina

Os exames de imagem desempenham um papel crucial no diagnóstico médico, oferecendo uma série de benefícios para os pacientes e profissionais de saúde.

Um dos principais benefícios é a capacidade de obter informações detalhadas sobre a estrutura e a função interna do corpo humano.

Os raios-X, por exemplo, podem ser indicado na avaliação do tórax detectando afecções inflamatórias e infecciosos nos pulmões e nas vias aéreas, pode ser utilizado na suspeita de alguma patologia digestiva, sendo então realizado um raio X do abdome associado ao uso de contraste via oral e uma das aplicações mais comuns do raio X é na avaliação óssea, incluindo fraturas, análise da rarefação óssea e tumores.

A tomografia computadorizada (TC) é outro método que combina o uso de raios X e técnicas computacionais capazes de formar imagens caracterizando os órgãos, estruturas e tecidos de forma mais detalhada do que radiografia convencional.

Esse tipo de exame apresenta um maior detalhamento na aquisição das imagens, sendo indicado para avaliação de casos mais complexos ou aqueles que necessitam de um maior detalhamento anatômico, por exemplo na detecção e no acompanhamento de condições como câncer, acidentes vasculares cerebrais e lesões traumáticas.

A mamografia é um exame de imagem específico para as mamas, que utiliza raios-X de baixa dose. É um importante método de rastreio para a detecção precoce do câncer de mama, permitindo a identificação de pequenos tumores antes mesmo de serem palpáveis. É um exame que está sendo fundamental na redução da mortalidade por câncer de mama em mulheres.

Além disso, esses exames de imagem não são invasivos, o que significa que não é necessário realizar procedimentos cirúrgicos para obter informações sobre a saúde do paciente. Isso reduz o risco, o desconforto e o tempo de recuperação associados a procedimentos invasivos, tornando esses exames de imagem uma opção atraente tanto para médicos quanto para pacientes.

 

O papel na terapia do câncer

Além do diagnóstico, a radiação desempenha um papel crucial no tratamento do câncer por meio da radioterapia.

A radioterapia envolve o uso controlado e direcionado da radiação para destruir ou impedir a multiplicação das células cancerígenas.

Essas radiações não são visíveis durante a aplicação e o paciente não sente dor durante sua realização. A radioterapia pode ser realizada de forma externa em que a radiação é emitida por um aparelho direcionado ao local a ser tratado e a braquiterapia em que aplicadores são colocados em contato com o local a ser tratado e a fonte de radiação sai do aparelho, percorre cateteres e irradia próximo a área a ser tratada.

Esse tratamento é uma opção para diversos tipos de câncer, como pulmão, mama, laringe e próstata e o resultado costuma ser muito positivo. O tumor pode desaparecer e a doença ficar controlada, ou, até mesmo, curada. Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes.

A radioterapia pode ser administrada como tratamento primário ou em combinação com cirurgia e quimioterapia, dependendo do tipo de tumor e da escolha do tratamento ideal.

 

Riscos da exposição 

pessoa exibindo alerta de radiação

A radiação se usada de forma desregrada e sem precauções pode gerar alguns malefícios.

A exposição prolongada ou repetida à radiação ionizante gera radicais livres que interferem na função celular levando a mutações no DNA das células, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer ao longo do tempo. Esses efeitos celulares são dependentes da dose e do tempo de exposição.

Além disso, ela também pode levar a outros efeitos colaterais, caso ocorra exposição aguda à altas doses, como queimaduras na pele, náuseas, vômitos, febre e dor de cabeça.

 

Medidas de segurança para minimizar a exposição

As instituições médicas adotam uma série de medidas de segurança para garantir que a exposição seja mantida dentro dos limites seguros.

Uma dessas medidas é a adoção de protocolos de imagem otimizados, que visam obter a qualidade de imagem necessária com a menor dose de radiação possível.

Uma constante atualização e manutenção dos equipamentos são essenciais para garantir a precisão e a segurança dos exames radiológicos.

A formação e a educação dos profissionais de saúde também desempenham um papel fundamental na minimização da exposição, recebendo um treinamento específico sobre o uso seguro dos equipamentos de radiologia, incluindo técnicas de posicionamento, seleção de protocolos e proteção radiológica.

Para a realização dos exames pode se utilizar aventais de chumbo, óculos de proteção e escudos de chumbo, quando apropriado, para minimizar a exposição aos profissionais de saúde e aos pacientes.

No caso de grávidas e crianças é necessária a avaliação cuidadosa dos riscos de exposição e o benefício para a realização do exame, considerando alternativas quando apropriado.

Além disso, é essencial que os profissionais de saúde registrem e acompanhem as doses recebidas ao longo do tempo. Isso permite monitorar a exposição acumulada e garantir que os limites de segurança sejam respeitados.

O gerenciamento adequado das doses é uma responsabilidade compartilhada entre os profissionais de saúde, as instituições médicas e as autoridades reguladoras, visando sempre à segurança e ao bem-estar dos pacientes.

 

Perguntas frequentes

O que é radiação?

Radiação é a emissão de energia no espaço na forma de partículas subatômicas ou ondas eletromagnéticas. Ela pode ser natural, como a solar, ou artificial, como a que é produzida em aparelhos médicos, como os raios X.

O que a radiação faz com o corpo humano?

A radiação pode interagir com o corpo humano de diversas maneiras, dependendo do tipo e da quantidade. Em altas doses, a ionizante pode danificar células e tecidos, causando mutações genéticas e aumentando o risco de câncer. Em doses moderadas, é utilizada em medicina para diagnóstico por imagem, como raios X, para visualizar estruturas internas do corpo. Já a não ionizante, como a infravermelha, pode ser absorvida pelo corpo e convertida em calor.

Quais são os 7 tipos de radiação?

Os sete principais tipos de radiação são:

a. Alfa: consiste em partículas alfa, compostas por dois prótons e dois nêutrons, e é emitida por átomos instáveis como o urânio.

b. Beta: composta por elétrons (beta negativo) ou pósitrons (beta positivo) emitidos por átomos instáveis, como o carbono-14.

c. Gama: é uma forma de radiação eletromagnética de alta energia, semelhante aos raios X, emitida por núcleos atômicos em estados excitados.

d. X: é uma forma de radiação eletromagnética produzida por aparelhos como os raios X médicos.

e. Ultravioleta (UV): parte da radiação solar que pode causar danos à pele e contribuir para o câncer de pele.

f. Infravermelha: radiação térmica emitida por objetos aquecidos, utilizada em tecnologia de visão noturna e comunicações.

g. Micro-ondas: usada em aparelhos de cozinha e comunicações, é uma forma de radiação eletromagnética de menor energia que o infravermelho.

O que causa a radiação?

Ela pode ser causada por processos naturais, como a radiação solar, ou por atividades humanas, como a geração de eletricidade em usinas nucleares, que produzem radiação ionizante. Essa pode ser benéfica em aplicações médicas, como radioterapia e diagnóstico por imagem, mas também pode ser prejudicial à saúde quando a exposição é excessiva ou inadequada.