O Padrão de Comunicação e Imagem Digital (DICOM, em inglês, Digital Imaging and Communications in Medicine) é um protocolo amplamente utilizado na área médica para o compartilhamento e armazenamento de imagens médicas.

Essa norma desempenha um papel fundamental na troca de informações clínicas entre sistemas e dispositivos de diagnóstico, permitindo uma colaboração mais eficiente e precisa entre profissionais de saúde.

Neste artigo, exploraremos os principais aspectos do DICOM e seu impacto na prática médica atual.

 

A evolução do padrão DICOM

Na medicina a troca eficiente e precisa de informações clínicas sempre foi um desafio. Foi nesse contexto que surgiu o Padrão de Comunicação e Imagem Digital (DICOM). Desenvolvido pela American College of Radiology (ACR) e pela National Electrical Manufacturers Association (NEMA), o DICOM teve suas bases estabelecidas no início dos anos 1980. Desde então, o padrão evoluiu significativamente, acompanhando o avanço das tecnologias médicas e se tornando a espinha dorsal da comunicação e armazenamento de imagens médicas.

A história do DICOM remonta à necessidade de superar as limitações dos antigos métodos de compartilhamento de imagens médicas, que dependiam de filmes radiográficos e cópias físicas. Com a crescente digitalização da medicina, tornou-se imperativo estabelecer um protocolo padronizado para garantir a interoperabilidade e a compatibilidade entre diferentes sistemas e dispositivos médicos. O DICOM se tornou uma resposta a essa demanda, permitindo a troca de informações clínicas em formato digital, incluindo imagens, dados de pacientes e informações de diagnóstico.

 

Princípios fundamentais

medico utilizando o dicom

O DICOM é baseado em uma série de princípios que garantem a consistência e a confiabilidade das informações compartilhadas entre os sistemas médicos. Um dos princípios fundamentais do DICOM é a padronização da estrutura e do formato dos dados, o que permite a interpretação precisa das informações em diferentes sistemas e aplicativos. Além disso, o DICOM define um conjunto de regras para a comunicação e transferência de dados, utilizando protocolos de rede como o TCP/IP.

Outro princípio-chave do DICOM é a capacidade de associar informações contextuais aos dados médicos. Isso inclui dados sobre a identificação do paciente, a modalidade de imagem, o tipo de exame e outros metadados relevantes. Essas informações contextuais são cruciais para garantir a interpretação correta e o uso adequado das imagens médicas. Além disso, o DICOM enfatiza a segurança e a privacidade dos dados, estabelecendo diretrizes para proteger as informações médicas sensíveis durante a transmissão e o armazenamento.

Ao longo dos anos, esses princípios fundamentais têm garantido a integridade e a interoperabilidade do DICOM, permitindo que profissionais de saúde em todo o mundo compartilhem informações de maneira eficiente e segura.

 

Estrutura do formato DICOM

O formato DICOM possui uma estrutura bem definida, que organiza os dados médicos em uma hierarquia de elementos. Cada elemento é composto por um identificador único e uma sequência de valores correspondentes às informações específicas do paciente, exame ou imagem. Esses elementos são agrupados em conjuntos chamados de “objetos DICOM”. A estrutura do formato DICOM é altamente flexível, permitindo a inclusão de diferentes tipos de dados, como imagens, textos estruturados, informações de pacientes e resultados de exames.

Uma característica fundamental do formato DICOM é a capacidade de armazenar informações multimodais, ou seja, dados provenientes de diferentes modalidades de imagem, como radiologia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Essa flexibilidade possibilita a integração de diversos tipos de imagens em um único arquivo DICOM, simplificando a visualização e interpretação pelos profissionais de saúde.

 

Tipos de informações contidas nos arquivos

medico consultando protocolo dicom

Os arquivos DICOM podem conter uma ampla variedade de informações relevantes para o diagnóstico e tratamento médico. Além das próprias imagens médicas, os arquivos DICOM podem armazenar dados do paciente, como nome e sobrenome, data de nascimento, sexo e número de identificação. Informações sobre a aquisição da imagem, como o protocolo utilizado, parâmetros técnicos e informações do dispositivo, também são incluídas no arquivo DICOM.

Além disso, os arquivos DICOM podem conter dados estruturados, como relatórios de laudos radiológicos, anotações e medidas realizadas pelos profissionais de saúde. Essas informações adicionais são essenciais para fornecer um contexto mais completo e preciso sobre a imagem médica, auxiliando na interpretação e tomada de decisões clínicas.

 

Vantagens e benefícios

O uso do DICOM na medicina traz uma série de vantagens e benefícios significativos. Uma das principais vantagens é a interoperabilidade, que permite que diferentes sistemas e dispositivos médicos se comuniquem e compartilhem informações de maneira harmoniosa. Isso facilita a colaboração entre profissionais de saúde, possibilitando a obtenção de opiniões especializadas e a tomada de decisões mais embasadas.

Outro benefício do DICOM é a capacidade de armazenar e transmitir imagens médicas com alta qualidade e fidelidade. O formato DICOM preserva a integridade dos dados, garantindo que as imagens sejam exibidas com precisão e detalhes, essenciais para uma interpretação adequada pelos médicos. Além disso, o DICOM oferece recursos avançados de compressão de imagens, permitindo a transmissão mais rápida e eficiente dos dados, economizando tempo e recursos.

Além disso, o uso do DICOM promove a padronização das práticas médicas, estabelecendo diretrizes claras para a aquisição, armazenamento e troca de informações clínicas. Isso contribui para a redução de erros e aprimoramento da qualidade dos cuidados de saúde, promovendo uma abordagem mais segura e consistente no diagnóstico e tratamento de pacientes.

 

Padrão de comunicação TCP/IP

O DICOM utiliza protocolos de comunicação amplamente estabelecidos para facilitar a troca de informações entre sistemas e dispositivos médicos. Um desses protocolos é o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que é a base da comunicação de rede na Internet. O TCP/IP garante a transferência confiável de dados entre diferentes pontos de conexão, fornecendo uma base sólida para a comunicação no DICOM.

 

A interoperabilidade entre diferentes dispositivos

dicom sendo exibido

A interoperabilidade é um aspecto crucial do DICOM, permitindo que dispositivos e sistemas médicos de diferentes fabricantes se comuniquem e compartilhem informações de forma harmoniosa. Essa interoperabilidade é alcançada através da adesão estrita às normas e diretrizes estabelecidas pelo DICOM. Os fabricantes de dispositivos médicos seguem essas normas para garantir a compatibilidade e a integração dos seus sistemas com outros equipamentos e sistemas de saúde.

A interoperabilidade no DICOM vai além do compartilhamento de imagens e dados clínicos. Ela abrange também a capacidade de interpretar e processar essas informações de maneira consistente e precisa. Isso significa que os sistemas e dispositivos que utilizam o DICOM devem ser capazes de interpretar corretamente as informações contextuais e os metadados associados às imagens médicas, garantindo uma troca de informações eficiente e confiável.

 

Segurança e privacidade no compartilhamento de dados

A segurança e a privacidade dos dados são de extrema importância no compartilhamento de informações médicas. O DICOM estabelece diretrizes rigorosas para proteger a confidencialidade e a integridade dos dados compartilhados. Isso inclui a criptografia dos dados durante a transmissão, a autenticação dos sistemas e usuários envolvidos na comunicação e o controle de acesso para garantir que apenas pessoas autorizadas tenham acesso às informações médicas.

Além disso, o DICOM incorpora recursos de anonimização de dados, garantindo que informações pessoais identificáveis sejam removidas ou mascaradas antes do compartilhamento das imagens e dos dados clínicos. Essa anonimização é essencial para proteger a privacidade dos pacientes, ao mesmo tempo em que permite o compartilhamento de informações clínicas relevantes para fins de diagnóstico e tratamento.

Ao seguir rigorosamente as diretrizes de segurança e privacidade do DICOM, os profissionais de saúde podem ter a confiança de que as informações médicas estão protegidas durante a troca e o armazenamento, contribuindo para a confidencialidade dos pacientes e a conformidade com as regulamentações de proteção de dados.

 

Aplicações práticas do DICOM

O DICOM encontra aplicação em diversas áreas da medicina, sendo amplamente utilizado em especialidades como radiologia, medicina nuclear e radioterapia. Na radiologia, por exemplo, o DICOM é essencial para o compartilhamento e a interpretação de imagens radiográficas, tomográficas e de ressonância magnética. O uso do DICOM nessa especialidade permite que radiologistas e outros profissionais tenham acesso rápido e seguro às imagens, facilitando o diagnóstico e o acompanhamento de pacientes.

Na medicina nuclear, o DICOM é fundamental para a captura, o armazenamento e a troca de informações relacionadas a exames que utilizam radionuclídeos para o diagnóstico e o tratamento de doenças. Os dados obtidos a partir desses exames, como as imagens de cintilografia, podem ser compartilhados entre diferentes sistemas e clínicas, permitindo uma avaliação precisa do paciente e a tomada de decisões clínicas embasadas.

 

Perguntas frequentes

O que é DICOM em radiologia?

DICOM, na radiologia, é um padrão universal para armazenar, transmitir e receber informações de imagens médicas. Ele garante que os dados de imagem e informações associadas possam ser compartilhados entre diferentes sistemas de forma eficaz.

Como Abrir arquivo DICOM no PC?

Para abrir um arquivo DICOM no PC, você pode usar programas específicos como o RadiAnt DICOM Viewer ou MicroDicom. Estes softwares são projetados para ler e manipular imagens médicas no formato DICOM.

O que é PACS e DICOM?

PACS e DICOM são complementares: PACS (Picture Archiving and Communication System) é um sistema de armazenamento e transmissão de imagens médicas, enquanto o DICOM é o padrão que permite a interoperabilidade entre diferentes dispositivos PACS.

Qual programa abre DICOM?

Programas como RadiAnt DICOM Viewer, MicroDicom, e OsiriX são capazes de abrir arquivos DICOM. Eles oferecem uma variedade de ferramentas para visualizar, analisar e manipular imagens médicas.